Nos braços da Vênus

Em trajes militares rondo o centro decadente sob olhares

Estranhos, de repente, meus olhos miram e vêem

Uma estátua que se move e flutua em minha direção

Então, toda a dor se irrompe e penso no que posso fazem além

Infringir as regras que me convém e até transpor todas as barreiras

Minha mente é afinada como um instrumento de sopro

Apenas durante a criação obtém-se a máxima regulagem

Minha mão está vestida com luvas brancas e tropeço na cadeira

Com elas vou tocar pelos lugares escuros que vier a passar

Ao final do muro, caio rindo em seus braços, não há mais onde eu possa me sentar

A cidade brilha, brilha tanto...

... E seu brilho aumenta quando estou sob a luz do poste

Tão cansado que posso tirar minhas luvas e dormir por mais mil anos

Mas, tenho medo que meus sonhos me acordem

São como um golpe em meu coração

Não tenho coragem de sonhá-los, ah não!

A Vênus de Milo flutua em minha direção e me golpeia

Ganhou vida para ficar cara a cara com um homem vivo

Tão vivo que nunca encontrou força para se mover

Vênus de Milo de textura tão fina que se parece com uma pele humana, pode me esclarecer...

... Porque, ao me virar, eu caio e não me levanto?

Mas, o que mais me impressiona: Quem nos vê, não se espanta!

*Baseado em: "Venus in Furs", canção do Velvet Underground

Marciano James
Enviado por Marciano James em 05/06/2011
Reeditado em 05/06/2011
Código do texto: T3015554
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