Nos braços da Vênus
Em trajes militares rondo o centro decadente sob olhares
Estranhos, de repente, meus olhos miram e vêem
Uma estátua que se move e flutua em minha direção
Então, toda a dor se irrompe e penso no que posso fazem além
Infringir as regras que me convém e até transpor todas as barreiras
Minha mente é afinada como um instrumento de sopro
Apenas durante a criação obtém-se a máxima regulagem
Minha mão está vestida com luvas brancas e tropeço na cadeira
Com elas vou tocar pelos lugares escuros que vier a passar
Ao final do muro, caio rindo em seus braços, não há mais onde eu possa me sentar
A cidade brilha, brilha tanto...
... E seu brilho aumenta quando estou sob a luz do poste
Tão cansado que posso tirar minhas luvas e dormir por mais mil anos
Mas, tenho medo que meus sonhos me acordem
São como um golpe em meu coração
Não tenho coragem de sonhá-los, ah não!
A Vênus de Milo flutua em minha direção e me golpeia
Ganhou vida para ficar cara a cara com um homem vivo
Tão vivo que nunca encontrou força para se mover
Vênus de Milo de textura tão fina que se parece com uma pele humana, pode me esclarecer...
... Porque, ao me virar, eu caio e não me levanto?
Mas, o que mais me impressiona: Quem nos vê, não se espanta!
*Baseado em: "Venus in Furs", canção do Velvet Underground