ESPELHO
Coração, espelho meu,
há poemas ou versos
mais obtusos que os meus?
Do nada revestem-se
na ânsia de tudo captar.
Coração, espelho meu,
há poemas ou versos
mais obtusos que os meus?
Do nada revestem-se
na ânsia de tudo captar.
Maqueiam-se de sonhos,
adornam-se de pedras
crivadas em colares de palavras,
algumas balbuciantes ainda,
pingentes sutis
maliciosamente acomodados
entre os seios,
no coração.