BONANÇA

Em meio à tempestade eis que surge

Das profundezas d’alma um tímido verso

De mãos dadas com a musa que refulge

Disposta a transformar todo universo.

Aos poucos sua voz de aço estruge,

O mar então se rende ao seu amplexo.

O sol recolhe seus raios; eis que urge

Navegar ao som de um tom diverso.

E se faz de ouro as vagas inquietas,

Pululam as borboletas, boquiabertas,

Ante o encanto de um canto mavioso.

E assim encontra o barco o ancoradouro,

Onde enfim descarrega o seu tesouro

O poeta e o seu verso poderoso.

henrique ponttopidan
Enviado por henrique ponttopidan em 04/06/2011
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