Lixo

Porque o sangue que corre nas minhas veias

Não deixa que eu pare pura e simplesmente

A dor do outro também é minha e eu sinto

Como se o coração batesse duas vezes mais forte

O lixo que vejo ao redor não me assusta

Só me faz querer abrir mais o peito

Rasgar a angústia de cada um como se fosse possível

Arrancar o sofrimento dos corpos que já não tem mais alma

Dormir e acordar todos os dias pensando em um mundo

Contrário do que assisto, do que toco, do que ouço

Engulo palavras tortas como fogos de artifício

Que entram no estômago sem lugar pra explodir

O inverso de quem não tem nada a perder é a tristeza

Roubando a alegria de quem tem muito a ganhar

Sem saber se o dia de amanhã nascerá

Em cima da terra ou embaixo dela

O amor que tudo supera ainda assim tem seus limites

Só com obsessão se salva um homem

O medo da morte some quando o olhar do outro brilha

É a vontade que ele pare, pense... e viva.

Lâmia Brito
Enviado por Lâmia Brito em 04/06/2011
Reeditado em 11/03/2012
Código do texto: T3014642
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