faca nos dentes
I
só o que te restou foi sair à francesa...
sem nada entender
do sorriso às lágrimas, assim...
num átimo
sem mais, sem menos — nonsense
desvairada, cruel navalha
bisturiza teu coração atônito, indefeso
sem cuidados anestésicos
sabes, quando tudo o que se quer é morrer?
tal insuspeito veneno montecchio
naquela manhã de inverno, sucumbimos...
tal lúcido punhal capuleto
— jamais história alguma houve tão dolorosa —
II
o pior cego
... nem te percebi desaparecer na primeira nuvem
é aquele que faz ouvidos de mercador
viajando na utopia... me engana que eu gosto
ufa! ufa?
meus desassossegos pendurados no varal, enfim...
súditos de grampos coloridos
III
como estarás?
teus olhos marejam? teu coração ainda sangra?
nada, nada sei...
IV
começo a desviver aos poucos; nem me dou conta
na (acro)bacia das almas
tento afogar meu coração trapezista...
abro mão da rede
— águas empoçadas moverão moinhos?
tento cauterizar com lágrimas
o pedaço de mim onde você habitou...
cárdica cicatriz, doída
V
quase-morte ronda os meus dias
do cristal líquido, o despertar providencial...
casual, sim; orkutado nas estrelas, quem sabe?
o destino me tirando pra dançar?
susto... não é que a tal fila anda, mesmo?
VI
não, não tenho vocação pra imagem de retrovisor
achar-me, pra não te perder...
porque existir não basta; viver, é o que importa
era o desafio, gincana solitária
VII
genuflexo, em oração:
— não permita que ela ande a passos tão longos
que eu não possa alcançá-la, senhor
VIII
o que eu quero pra minha vida daqui pra frente?
com a linha do teu horizonte
na agulha da minha bússola, tudo o que eu desejo
é alinhavar a distância que nos separa
a quatro mãos, costurar uma história de vida
IX
creias, nem todas as loucuras são insanas™
I
só o que te restou foi sair à francesa...
sem nada entender
do sorriso às lágrimas, assim...
num átimo
sem mais, sem menos — nonsense
desvairada, cruel navalha
bisturiza teu coração atônito, indefeso
sem cuidados anestésicos
sabes, quando tudo o que se quer é morrer?
tal insuspeito veneno montecchio
naquela manhã de inverno, sucumbimos...
tal lúcido punhal capuleto
— jamais história alguma houve tão dolorosa —
II
o pior cego
... nem te percebi desaparecer na primeira nuvem
é aquele que faz ouvidos de mercador
viajando na utopia... me engana que eu gosto
ufa! ufa?
meus desassossegos pendurados no varal, enfim...
súditos de grampos coloridos
III
como estarás?
teus olhos marejam? teu coração ainda sangra?
nada, nada sei...
IV
começo a desviver aos poucos; nem me dou conta
na (acro)bacia das almas
tento afogar meu coração trapezista...
abro mão da rede
— águas empoçadas moverão moinhos?
tento cauterizar com lágrimas
o pedaço de mim onde você habitou...
cárdica cicatriz, doída
V
quase-morte ronda os meus dias
do cristal líquido, o despertar providencial...
casual, sim; orkutado nas estrelas, quem sabe?
o destino me tirando pra dançar?
susto... não é que a tal fila anda, mesmo?
VI
não, não tenho vocação pra imagem de retrovisor
achar-me, pra não te perder...
porque existir não basta; viver, é o que importa
era o desafio, gincana solitária
VII
genuflexo, em oração:
— não permita que ela ande a passos tão longos
que eu não possa alcançá-la, senhor
VIII
o que eu quero pra minha vida daqui pra frente?
com a linha do teu horizonte
na agulha da minha bússola, tudo o que eu desejo
é alinhavar a distância que nos separa
a quatro mãos, costurar uma história de vida
IX
creias, nem todas as loucuras são insanas™