LAMPIÃO E MARIA BONITA (1898-1938) (1911-1938)
LAMPIÃO E MARIA BONITA (1898-1938) (1911-1938)
Ocorreu no sertão do meu Brasil,
Época um tanto quanto que hostil.
Uma historia de amor e de luta,
Que começou em uma disputa.
Virgulino Ferreira da Silva, Lampião.
Maria Gomes de Oliveira, “a” visão.
Lampião nasceu em Pernambuco.
Maria, na Bahia se não sou maluco.
Ele alfabetizado, na época algo raro.
Ela era bonita como um dia claro.
Para vingar o pai ele virou cangaceiro.
Ela casou com alcoólatra traiçoeiro.
A história podia ficar neste ponto,
Mas o que seria de meu conto?
Numa fuga do bando pelo sertão,
Pediu pouso o chefe rei Lampião
A família da Maria Gomes de Oliveira.
A mãe da Maria implorou a Lampião:
“Leva minha fiá para dentro do sertão!”
Lampião respondeu numa fugida:
“Quero não, não gosto de muié mexida”
Ele saiu da cozinha para ver a rendeira
Ali esta a mais linda, seria ela solteira?
O seu nome era por coincidência Maria.
Na mesma hora ela compôs a melodia:
“Olê muié rendera.”
“Olê muié rendá”
“Tu me ensina a fazê renda”
“Que eu te ensino a namorá”
Mal sabia o nosso herói Virgulino
Que ele acabara de fazer um hino.
Mesmo sendo mexida levou a Maria.
A mãe da Maria ficou só em alegria.
Assim Maria virou em Maria Bonita,
Conhecida no cordel e na escrita.
Para o marido sobrou um bilhete:
“Pegue suas armas até seu florete.”
“Venha me bater como batia em Bonita.”
“Quero cortar as partes e a língua maldita”
O marido nunca deu satisfação,
Foi medo que o deixou sem ação.
Lampião foi o homem mais feliz,
Mesmo no lugar do olho uma cicatriz.
Maria foi símbolo de mulher valente
E inspirava por aonde ia toda gente
O casal teve oito anos de amor sem igual
Mas tiveram uma emboscada no final
Está morto o rei do cangaço
Está morta Bonita no terraço
Foram degolados com mais nove
Herói ou bandido há quem prove.
Mas não houve amor igual no sertão
Do casal Maria Bonita e Lampião.
André Zanarella 04-04-2011