TRIBUTO A OLAVO BILAC
De tanto amar, viu e ouviu estrelas
e nas asas da poesia pôs-se a voar.
Nenhum esforço para entendê-las,
posto que, era de amor aquele olhar.
De posse da pena, na ourivesaria,
tornou palavras, gemas preciosas,
pôs-se a lapidar, criando em poesia,
as jóias raras, as mais graciosas.
Do amor, perdido ou encontrado,
o poeta criou o estilo com primazia,
voou, sonhou e realizou abnegado,
recriou esperança, em doce magia.
A um poeta, por uma poeta, inspirado,
No livro que a lia, as lágrimas rolavam.
Pôs-se a vê-la, plácida, lendo ao seu lado,
página de saudade, do quanto se amavam.
Talvez sonhasse o poeta, ao vê-la,
a musa, tal anjo com a harpa dourada,
na escadaria de ouro rumo às estrelas,
perdido de paixão, por ela inspirada.
Talvez sonhasse Bilac, um dia voar,
às estrelas, e, ouví-las falar de amor,
talhá-lo em ouro, com rubis a engastar
e na oficina da poesia eternizar seu labor.