A SANGUE FRIO

Espantalho no milharal
Corvo a sobrevoar
Silêncio célere a cortar
As folhagens
As passagens
As visagens
Entrecortadas de súbito
Pelo piar agudo a esvoaçar
Os cabelos e os pelos
De quem ousava
Na calada da noite
Invocar a figura da foice
Para justificar o seu desmantelo humano
E o esmero como exímio açougueiro
Do corpo que jazia ali a seus pés
Ensanguentado e esquartejado
E que outrora há poucas horas
Fora fonte de desejos incontáveis.

Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 03/06/2011
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T3012659
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.