SEM NOME...
Ando por lugares
que estranhamente
sobrevivem sem nomes...
Lá, há moças nas janelas
sonhando velhos sonhos
sobre os cotovelos...
Estes lugares,
tem o cheiro de beleza única,
que nos dias de outono
vem o vento buscar...
Vou de mochilas e cuias
sem rumo certo e identidade.
Nem mesmo o meu nome
de letras poucas e miúdas
sei mais pronunciar...
Sigo carregando
nas linhas das mãos
a estranheza de lugares sem nome...
Lá, as casas conservam
seus velhos pianos
e trouxas de areia
que calçam as portas...
Nestes mesmos lugares,
caminhantes pisam estrelas
e domam cavalos de crinas azuis...
E eu, estranhamente
ando por lugares que,
irremediavelmente
sobrevivemn sem nomes...