RICO POBRE
RICO POBRE
De tanto tentar a sorte
Que ganhei na loteria
Foi rojão pra todo lado
E churrasco a revelia
Troquei a casa modesta
Da pobre periferia
Por uma bela mansão
Com empregado e companhia
A pior coisa da vida
Foi essa sorte intrusa
Que entrou na minha vida
Que nenhum pobre recusa
É como diz o ditado:
Que em nunca comeu o mel
Quando come se lambuza
Minha mulher descambou
Era o que ela mais queria
Esbanjando carro novo
De vez enquanto varia
Quando eu procuro amor
De mim ela se arredia
Pra acontecer qualquer coisa
Tem que ser na loteria
Para mim foi diferente
Só ilusão me restou
Só vivo trancafiado
Minha alegria acabou
Pensando na liberdade
Vou vivendo na ansiedade
Todo sossego que eu tinha
A loteria levou
Laurindo Marques Ferreira