RICO POBRE

RICO POBRE

De tanto tentar a sorte

Que ganhei na loteria

Foi rojão pra todo lado

E churrasco a revelia

Troquei a casa modesta

Da pobre periferia

Por uma bela mansão

Com empregado e companhia

A pior coisa da vida

Foi essa sorte intrusa

Que entrou na minha vida

Que nenhum pobre recusa

É como diz o ditado:

Que em nunca comeu o mel

Quando come se lambuza

Minha mulher descambou

Era o que ela mais queria

Esbanjando carro novo

De vez enquanto varia

Quando eu procuro amor

De mim ela se arredia

Pra acontecer qualquer coisa

Tem que ser na loteria

Para mim foi diferente

Só ilusão me restou

Só vivo trancafiado

Minha alegria acabou

Pensando na liberdade

Vou vivendo na ansiedade

Todo sossego que eu tinha

A loteria levou

Laurindo Marques Ferreira

laurindo poeta
Enviado por laurindo poeta em 03/06/2011
Código do texto: T3012220