BAÚ DAS LEMBRANÇAS
Abro com saudade o baú das lembranças
Mergulho sem medo, no tempo de criança
Mundo de fantasia e sonhos fascinantes
Brincava feliz com passos saltitantes.
Lembro-me da minha boneca de pano
Que estava presente no meu cotidiano
Aconchegava no peito com carinho
Cantava para ela pegar no soninho.
De mansinho, chega na minha memória
A presença dos ciganos com sua história
Pedindo ao meu Pai, arrego por poucos dias
Povo livre, de grande sabedoria.
No vasto pátio da casa, erguiam suas tendas
Os seus causos para mim, pareciam lendas
Juntava-me as suas crianças para brincar
Com a vida do sítio, volto a sonhar.
Recordo também da minha juventude
Repleta de energia, vigor e inquietude
Os sentimentos eram intensamente
Vividos, de maneira tão transparente.
Tudo palpitante, novas experiências
Entre todas elas havia as preferências,
Já na cidade, podendo desfrutar
O que lá no sítio não podia ofertar.
Circo, parque de diversões e cinema
Emoções que transcrevo neste poema.
O passeio na praça também tão divertido!
Onde um relacionamento era escolhido.
Foi então, que meu companheiro encontrei
Juntamente com ele muito batalhei
No jardim do lar, botões que vi nascendo
No afago dos meus braços foram crescendo.
Assim eu vou seguindo na caminhada
Enfrentando muitas provas na jornada
Deixando brotar no coração o amor
Onde nos meus versos procuro transpor.
Neneca Barbosa
João pessoa, 31/05/2011