AMOR REVERSO DA MEDALHA

Tantas pessoas furtivas

Tantas folhas caídas

Tantas carícias retorcidas

E até quantas lembranças esquecidas!

São amores tombados

Gestos suicidas condenados

Que deixam resquícios

São beijos que ficaram

Nos interstícios!

Quanta entrega e tão pouca carícia

É o tal do amor cego

Que se dá sem primícias

São fontes inatas

Sem inatas milícias vigiadas

É campo aberto pra interesse mesquinho

O ser adulador pensa que seu amor é sua ave no ninho!!!

Quanto furtivo é seu interesse mesquinho!

Mas o macho pensa sempre que é o domador

Quando domado já o fora há tempo e até já desbotou o cálice da flor

Pela fêmea dominadora como armado cimento que secou

Olha pro macho como se ele fosse um bebê na manjedoura

E comete seus pecados como Barrabás na incubadora!

E solta o ladrão e encarcera o seu amor no berço da crucificação!

Quantas fazem isto diante do seu golpe galanteador de sedutora!?

Mulheres há como as vestes de um lobo sofredor

Que pra sair de sua própria armadilha em que caiu

Devora sua própria pata que o tempo pariu e com seu

Próprio dente canino se repartiu e seguiu solta e ardil

Sem as rédeas impostas por caçadores impiedosos e frios

A sua escolta que tanto lhe traiu!