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RODEIO


Um índio
Que ligeiramente passa
Moderadamente pensa
E age naturalmente
Sente,
Que a vida é uma Natureza
De natureza mansa e índole dominada...

O índio
É o meu desconhecido lado
Desalentado pelo outro, o letrado,
Forrado de papel celofane
Com areia prateada e mil e um
Lamês de ilusão...

Nessa mansidão, segue em vão
Meu coração de sangue guerreiro dominado...
E psicólogo
Para retirar de mim os louros e as glórias
Deste lado, não existe.
Só que a minha mente
Me provoca frouxos arrasos
Quando o outro lado (o letrado)
Quer levar uma vida melhor...

Quando ele cobra isso de mim,
Coitado do meu índio...
Coitado do meu selvagem
Que encara tudo com esperança...
Que tem fé até em merda de boi.

Pobre índio que mora em mim...
Segue-me, como sempre,
Esperando calado
O sol nascer novamente.

25.06.1982
AJ Cardiais
Enviado por AJ Cardiais em 02/06/2011
Reeditado em 14/02/2012
Código do texto: T3010391
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