Meu teatro particular

Ando preso de encantamento

pelos mistérios de uma musa,

só não entendo o que fazer

com essa cabeça tão confusa.

Entre o céu e o inferno

deve haver um ponto neutro,

entre a fúria e o desatino

há de existir o equilíbrio.

Onde há causa, há sentido,

resultado inconsequente,

e o migrar da poesia

põe no dia, outra vertente.

E o poeta então se perde

ao descobrir a ilusão,

queda triste, perde o tino,

e quem paga é o coração.

Se hoje ensaio uma peça

nesse teatro surreal,

deixei de ser coadjuvante,

para ser ator principal.

Mas tão confuso, perdi o script.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 02/06/2011
Reeditado em 04/07/2015
Código do texto: T3009455
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