Poeta Cismado

Por um erro de digitação

deixei a estupidez

brigar com meu eu insano,

e dei de amansar burro bravo.

Por cismar versar tão fraco

fiz a ponte entre o espírito mau

e a maldade precocemente impune,

mas, inventei amansar touro bravio.

Hoje peão errante ando verso solto

e morro no porvir do nada,

mochila nas costas

trabalho com a parca ração

que a vida me ofertou.

E desconfio mesmo que

a sobra que me impôs o sonho,

anda por aí medindo palmo a palmo

o desfecho de outra jornada.

Poeta não aceita rédea

não nasceu para ser bajulado,

então deixo aqui o adeus

e somente quem me ama saberá de mim.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 02/06/2011
Reeditado em 04/07/2015
Código do texto: T3009410
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