Incerteza II
Transemos a nossa vaidade
Num palco às avessas
Na taça, o vinho da liberdade é fel
Em seu amargor a resolução:
Envenenar nossos lábios
É cumprir o seu papel.
Enquanto contemplamos,
Nosso efêmero existir,
Num quadro pintado de céu.
Na loucura despida
Do que há de realeza
O pão da sorte não nos dá sorte
Mas a beleza põe mesa
Os nossos sonhos rotulados
Driblam o presente
Porque o futuro da certeza,
Não nos dá certeza.