A TI CRIANÇA

Nasceste chorando,

Reclamando dos homens um lugar que é teu!

Cresceste, brincando e rindo.

Correste na rua com o teu balão.

Viveste aventuras num corcel de madeira!

Mas a Vida traíu-te e sofreste, calado,

As dores sentidas num corpo franzino

Marcado por desejos vis e canalhas....

Sem lar, sem pai nem mãe, sem carinhos,

Estendeste a mão, suja e magra,

À caridade de um pão...

Procuraste abrigo num vão de escada

E por agasalho.... só um papelão.

Deambulaste ao acaso, sem rumo,

Sem ninguém que te desse a mão...

O desprezo dos homens varou o teu corpo,

Mutilou-te a alma e a condição,

Negou-te os direitos mais elementares.

Matou-te os sonhos mais puros da Vida!

Menino hoje, Homem amanhã!

Vingança!

Sentimento feroz que te invade,

Que te fere a alma e escurece a razão!

Não! Não o aceites!

Estuda! Aprende! Lê! Observa!

Luta pelo teu lugar ao sol!

Procura um abrigo em porto seguro.

Um amigo que te compreenda

E te ajude a caminhar

Por uma estrada de Luz e de Paz,

Ao encontro da Felicidade!

Hedera Cunha
Enviado por Hedera Cunha em 01/06/2011
Código do texto: T3006990
Classificação de conteúdo: seguro