A TI CRIANÇA
Nasceste chorando,
Reclamando dos homens um lugar que é teu!
Cresceste, brincando e rindo.
Correste na rua com o teu balão.
Viveste aventuras num corcel de madeira!
Mas a Vida traíu-te e sofreste, calado,
As dores sentidas num corpo franzino
Marcado por desejos vis e canalhas....
Sem lar, sem pai nem mãe, sem carinhos,
Estendeste a mão, suja e magra,
À caridade de um pão...
Procuraste abrigo num vão de escada
E por agasalho.... só um papelão.
Deambulaste ao acaso, sem rumo,
Sem ninguém que te desse a mão...
O desprezo dos homens varou o teu corpo,
Mutilou-te a alma e a condição,
Negou-te os direitos mais elementares.
Matou-te os sonhos mais puros da Vida!
Menino hoje, Homem amanhã!
Vingança!
Sentimento feroz que te invade,
Que te fere a alma e escurece a razão!
Não! Não o aceites!
Estuda! Aprende! Lê! Observa!
Luta pelo teu lugar ao sol!
Procura um abrigo em porto seguro.
Um amigo que te compreenda
E te ajude a caminhar
Por uma estrada de Luz e de Paz,
Ao encontro da Felicidade!