(((((::::SILÊNCIO DE LUA::::)))))

Brota do fundo do silêncio

outro silêncio, uma aguda torre,

quem sabe espada, e sobe e cresce

e nos suspende e enquanto sobe caem

recordações, esperanças,

as pequenas mentiras e as grandes,

e queremos gritar e na garganta

o grito se desvanece:

desembocamos no silêncio

onde os silêncios emudecem.

Onde a alma se embrulha, friorenta,

trémula, de outonos descoloridos

transporta-nos através das ruas

abafando o ruído de um outro silêncio!

Onda de pedra em cada reencontro;

no parque da memória o fugidio

vulto da primavera em pleno outono...

Nem só de carne é feito este presídio,

pois no teu corpo existe o mundo todo!

Podia ter sido amor, e foi apenas traição.

Era quase uma viagem: foi apenas um desgosto.

Ai de mim - labirinto - que nem pressinto

a prata do céu que flutua... a cor dos ombros da Lua!

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 31/05/2011
Código do texto: T3006474
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