FRAMBOESAS SOBRE A MESA

Framboesas sobre a mesa
Bolhas de sabão na mão

Serpentinas no salão
Confeites no bolo de aniversário
Rasuras no santo sudário
Dinheiro escondido no colchão
Crianças xingando a exaustão
Olhos claros que não clareiam
Olhos escuros em apuros
Olhos azuis que parecem de hindus
Olhos castanhos mais que tacanhos
Olhos verdes que revelam sede
Nesse estranho festim ao redor de mim
Não existem santos ou demônios
Nem o sal do mar ou açúcar que atrai formigas
Nada do que ali esteja traz beleza e sim estranheza
E diante dessa máxima a revelar a farsa que me rechaça
Eu ornamentos as paredes desse claustro com o que há de mais vil e barato
Que retiro de caixas cheias de traças, teias de aranhas e velhas cartas em garrafas
Enquanto isso no quarto ao lado uma barata sai do buraco do meu sapato surrado
Nesse átimo onde a incoerência beira a inocência e a demência  acontece algo inesperado
Eu me percebo mais cachorro que gato e vejo que tem leite e não ossos no meu prato.

 
 ZARONDY, ZAYMOND. I ANTOLOGIA POÉTICA RECANTO DAS LETRAS.  SOROCABA/SP: RECANTO DAS LETRAS INTERNET E EDITORA LTDA, 2019.
 
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 31/05/2011
Reeditado em 20/03/2019
Código do texto: T3006408
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