Uma Mãe Chamada Solidão
Leiam-me as mãos, vejam as cartas, consultem os astros...
Haverá valia em tais coisas? Quando se nasce para a solidão, ela não te deixa jamais... Surgem sombras de pretenções, ares de amores, cheiros diferentes no ar mas ela está lá. Destino cruel é dos que nascem para ela, lápide pré-fabricada, velório antes do tempo, coroas de rosas sem cheiro, velas que se apagam...
No dia em que nascí... a lua estava diferente, chorosa e impaciente, algo estava destoante, intrigante. sem explicação...
Era mais um filho da mulher chamada solidão que nascera ao som de uma triste canção, um badalar de sino fúnebre.
Minha mãe é essa mulher que está com todos e em vários lugares...
Com os mais esquecidos, rejeitados por sua tristeza que parece que nunca irá passar... minha mãe é assim inspiradora dos poetas, aquela que enxuga as lágrimas dos viajantes...