Olhos Anciãos
Eu o vi sentado na sarjeta
Cabisbaixo, barba por fazer (branca)
Apenas a barba era branca
as roupas sujas, surradas
Seu olhar faminto atravessou-me
Foi um soco na boca do estômago
A fome que não era minha.
Seus cabelos ralos e desgrenhados
Eram o retrato de um passado que morria
Estender-lhe as mãos?
Como, Se ele não pedia esmolas?
Ele apenas observava atentamente
Algumas vezes sorria
Deixando a ironia evidente.
E eu, desnorteada, tomada de assalto
Por aqueles olhos anciãos
Fiquei de mãos atadas,
Observando as crianças
Como ele indiferente
Maltrapilhas e imundas
Correrem em ao redor
Chamando-lhe de vovô.
E só então me dei conta
que ele viu, o que eu não via!
Cristhina Rangel.
(Poesia de momento, para o velhinho da praça.)
Eu o vi sentado na sarjeta
Cabisbaixo, barba por fazer (branca)
Apenas a barba era branca
as roupas sujas, surradas
Seu olhar faminto atravessou-me
Foi um soco na boca do estômago
A fome que não era minha.
Seus cabelos ralos e desgrenhados
Eram o retrato de um passado que morria
Estender-lhe as mãos?
Como, Se ele não pedia esmolas?
Ele apenas observava atentamente
Algumas vezes sorria
Deixando a ironia evidente.
E eu, desnorteada, tomada de assalto
Por aqueles olhos anciãos
Fiquei de mãos atadas,
Observando as crianças
Como ele indiferente
Maltrapilhas e imundas
Correrem em ao redor
Chamando-lhe de vovô.
E só então me dei conta
que ele viu, o que eu não via!
Cristhina Rangel.
(Poesia de momento, para o velhinho da praça.)