Vozes

Pelos degraus das cores

A vida se impôs exaurível

No falar que surgia da voz

De um translúcido vagante.

Não pelo tom elegante

Ou pelo bailar de belas letras,

E sim por trazer no vago peito

A esperança no amanhã.

Também saltou fervilhante

Com opulento som bravio

Da voz a soar marulhante

Em um temeroso idílio,

Onde os versos que o ungia

Eram as lâminas de fio fino

A retalhar o amor de outrora

O espalhando pelo chão.

Viu-se por estes degraus

Um sentimento a sucumbir,

O fremir da hostilidade

E o voar de pensamentos,

Porém o que esteve tácito

Em meio ao afago do vento

Foi o sorrateiro adejar

De um uníssono lamento.

Rio de Janeiro, 27 de maio de 2011.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 31/05/2011
Reeditado em 10/06/2011
Código do texto: T3005252
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