Libertação de um poema a dois.
Minha boca aberta a teus pés
rompeu os grilhões dos sonhos
e minha fantasia se encontrou
mulher em teu corpo.
Teus dedos a percorrer minha face
minaram o bailado das mariposas
e meus olhos amarraram teu tórax
em meu pulsar leviano de desejo.
Galguei os mais altos montes
e de estrelas coroei teu sexo
ávido de alguns cometas
a irradiar nossas criações,
invenções que tracei em tua carne,
coluna de minhas loucuras.
Arrebentei o universo em explosão contígua,
minei prazer em tuas mãos
enquanto bebia do meu suor
a última gota de um mar que se abriria
aos teus rompantes de deus sedento.
Destinei ao vento meus suspiros
e cravei em tuas esperanças raízes de um céu
em que povoou minha feminilidade
com o teu espetáculo de astro-rei.
E livre, na cama de tuas conjugações,
saciei meus mistérios, sem questionamentos,
apenas tranças de nós dois _ nus.