CUIDADO COM AS TREVAS

Às vezes tenho a impressão

De que estou sendo escaneado

Por algo que não detecto

Não é mania de perseguição

É como um artifício, um cadeado aberto

Do inimigo comum que mora na distração

Uma estratégia, um indício uma subtração

De que há nuvens no céu

Mais chuva mesmo não caiu

Depois de pouco tempo num segundo

A tempestade desaba

Como um ataque de cabas

Que sequer sabemos de onde

Partem as ferroadas, e ficamos atordoados

Caem em nós como a nódoa que inocente

Sai da fruta mostrando que foi arrancada à força

Antes de ser tempo de ser colhida, amadurecida...

Uma hora em que a campainha soa...

Um telefona toca sem parar fora de hora...

Pode escrever é a besta fera que está solta

Um tempo estranho se fecha no gesto pressago

É como se pressentíssemos um monstro dentro do lago

Dá uma reviravolta em tudo, dando cambalhota pra trás!

Já te estudaram, sabes onde repousas tua paz!

E é ali que eles vão agir aonde te vão ferroar

Nesta hora é tarde pra dizer, orai e vigiai!

Os semeadores da discórdia

Estão a postos prontos pra te devorar...

Quer um conselho:

Água que não se queda

Contamina-se...

Oração em terra de estranhos é comiseração

Ore e ore suficientemente até sentir que as horas

Que mais oramos são as que fazemos displicentemente

Saindo de si diligentemente

E só volte a si quando o fator das circunstancias

Mostrar que os inimigos agora já não fazem parte de ti

Teu maior inimigo são os ferrolhos que deixas abertos

Pois que para o mal inexistem portas e janelas

O teto é a tua mente pela qual ele invade deixando seqüela

Que pelas horas incertas estas a te distrair

E se deixares ele toma toda a tua cidadela

Não deixe o negrume frio da alma sem o bálsamo pra sua cicatrização

Sem uma luz mesmo simbólica como uma vela na mente acesa

Assim sendo nunca haverás de ser prêsa na escuridão

Que das trevas é a sua mais linda princesa!