Póstumo

Filho da mentira e da ilusão

Tu nasceste morto

Pois foste fruto da imaginação

Teu pai te negou desde o instante

Que disse a tua mãe amar

O que existe é o que se cria

E na mente nem em lembranças

Te transformaste quando tudo acabou

Pois foste filho da indiferença

Do egoísmo e do ciúme

Mas não te preocupes,

Filho morto,

Tu não virás ao mundo

Pois já nasceste de um aborto.

Que quebrou toda a mentira

Depois de jurada a pés juntos.

Por falta de aviso não foi

Todos viam, aquilo não tinha futuro:

Moço tão jovem,

mas já com tanto desgosto.

Tentando carregar nas costas

O mundo que não lhe servia.

Mas ele viu que nada podia

Diante de toda a realidade

Que de suas mãos fugia

Ele não podia controlar o mundo

Então virou-se e partiu

Mais uma vez desistiu de ser feliz

E nunca mais na vida sorriu

E sua mãe, no fundo sempre soube

Que aquilo tudo era estória

Mais apurada de que um drama

Sem uma gota de verdade.

Mas por alguma iniquidade

Prosseguiu com o andor

Pois nessa vida tudo é vaidade

E o que mais falta é o amor.

Stephany Eloy
Enviado por Stephany Eloy em 30/05/2011
Reeditado em 01/06/2011
Código do texto: T3004198
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