Calar

Andei no tempo

do degredo.

Escondi algum

segredo

e nem sempre

fugi de medo.

Fiz versos inocentes

e rimas insolentes

para as paixões

indecentes.

Foi dolorosamente

bonito,

mas a vida passou

e eu fiquei.

Agora eu sei

que o Futuro

que pingava

da caneta,

virou Passado.

E a cor

que dele escorria,

perdeu-se no ralo.

Ou sempre que me calo.