Me dá um pão
Um grão
De sua refeição
Me dá a mão
O buraco é fundo
(Acabou-se o mundo)
Me dá atenção
Não safanão
Me dá um chão
Ou uma razão
Uma solução
Pra essa confusão
Ilusão não
Como pedra não
Como terra não
Eu não como não
Faz um tempão
Que não rio
Que não sonho
Que não ponho
E não disponho
De nenhuma vontade
De seguir viagem
No tarde da noite
No açoite do frio
No escuro vazio
Vadio coração
Que ainda ama
Quem me odeia
Que não reclama
Da coisa feia
Do mundo cão
Cadê a mão?
Na cara não
Na minha mão
Nem um tostão
Tivesse eu comprava
Horário na televisão
E daí eu gritava
Você me dava razão
Quero não
Felicidade engarrafada
Quero não
Precisar de pouco
E me darem nada
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 30/05/2011
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3002228
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