Impotência

Persigo um ideal ilógico

e vejo a confusão metódica,

desenho um anteprojeto lúdico,

vejo-me sem causa e sem porvir,

pois, quando defino a meta,

nada posso construir.

Meu país no desterro vive,

pobre sem ter liderança,

percebo que na contradança

sobra as ilusões pra mim,

vejo a cara deslavada do bandido,

exibindo armas, maquiando chagas,

e o policial encolhido, longe do motim.

Desisto do ideal sonhado,

sou mais um culpado

do torpe e vil pecado,

perdido nesse país tupiniquim,

a distância da desigualdade aumenta,

enquanto assustadoramente,

a dignidade humana, diminui.

Nada é tão aviltante e medíocre,

quanto a sensação de impotência.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 29/05/2011
Reeditado em 04/07/2015
Código do texto: T3001694
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.