((((:::::GARGALHANTE IRONIA:::::))))

No abandono de olhos cegos e secos

uma via aveludada - tantas ilusões

Mascarando certezas - afoitas paixões

dilacerando a alma em repentinos furacões

Roupas esfiapadas as que vestem a carne pulsante

em mãos que se perdem - dedos vagantes

Nada tão inteiro, a ponto de ser verdadeiramente percebido

nada tão exato, que possa ser de fato definitivo

Amar é se entregar sem garantia ou recompensa

é roleta-russa - dor ou alegria - morte e vida

em nós sempre a gargalhante ironia

quando arde no peito essa farta agonia

Mas antes sofrer por tanto amar

do que passar a vida inteira sem suspirar

sem ter na pele o arrepio contínuo

sem ter no coração outro coração abrigo

Afinal o amor é pra poucos,

e saber amar é dádiva de alguns,

amar e ser amado - são fatos incomuns!

Mas nada é impossível para quem

realmente deseja pertencer e se entregar a alguém...

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 28/05/2011
Código do texto: T3000003
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