Até quando?

Tem vezes que olho as frases vazias,

as rimas escassas, as casas sombrias

e o nó na garganta aperta outra vez.

Tem dias que ouço a voz do fracasso,

a falta de amor, nesse descompasso

e a minha esperança é só um talvez.

Tem horas que na vida ouço outro grito,

tingindo a distância, do que foi escrito,

aí meu poema vive a mesquinhez.

Então, a poesia previne outro enlace,

nem outro disfarce aponta um querer,

aí não tem jeito, o choro me vem,

ao ver meu irmão, do crime, refém.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 28/05/2011
Reeditado em 04/07/2015
Código do texto: T2999456
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