MUTAÇÃO POÉTICA
MUTAÇÃO POÉTICA
Um dia, criei asas e quis voar
Voei em todas as direções
Vivi a sensação de levitar
E chamei minhas asas de ilusão.
Depois de percorrer o espaço inteiro
E de voar pelos céus de todo o mundo
Tornei-me barco e naveguei noite e dia
Por mares nunca dantes navegados
E chamei meu navegar de fantasia.
Cansei do mar, voltei pra terra firme
Caminhei, caminhei sem me plantar
Não queria raízes, era inconstante
E chamei essa inconstância de sonhar.
E mais uma vez, eu, ser mutante
Precisava de algo novo para ver
Mesmo não compreendendo a insatisfação
O motivo real da minha inquietação
A essa inquietação chamei viver.
Vivo uma revolução de sentimentos
Que, às vezes, não passam de utopias
Mas me faz refém da emoção
Inquieta e em constante mutação
E a esta mutação chamo poesia.
Marsoalex 16/09/1988