UMA TARDE DE VERÃO
Sopra um vento fro
com ares de saudade ou despedidas
ferindo rostos
levantando saias
redemoinhando folhas na calçada estreita...
Batem janelas feito pálpebras nervosas...
Pinheiros inquietos
ao sabor do vento expulsam pássaros
que, feito flechas, vão de um lado ao outro
procurando abrigo...
A poeira, tal qual um manto vermelho, recobre tudo
enquanto a chuva não vem
feito camareira
para recolhê-la e guardá-la no rio.
Delito