ALMA ATORMENTADA

Entrego-te a minha alma,

como quem entrega o sonho à vida,

na incessante busca da inocência perdida,

que através de mim partiu em disparada,

na fria madrugada que restou orvalhada,

pelo sereno da noite despendida.

Noite esta que abriga insolente,

recônditos medos, que se entrelaçam dementes,

em intermináveis pugnas que destroem tudo,

que se procura preservar embora mudo,

ficou, aquele que escondido se prostrou,

e frente à nova realidade soçobrou,

como se fosse um espírito benevolente,

nas profundezas do meu inconsciente.