Sou...
Eu sou apenas um corpo, vazio e sem vontade própria
Apenas um corpo, com gestos mecânicos
Um corpo que já sabe o que deve fazer sozinho
Que já sabe aonde ir, como agir
Sou um corpo, cuja alma está perdida
Em algum lugar dentro de si
Escondida na profundidade de sua mente
Perdida em meio a um turbilhão de pensamentos
Pensamentos sem nexo, frívolos, fúteis
Sou apenas um corpo, uma imagem
Criada pela mente de seres humanos
Com padrões distorcidos da realidade
Com conceitos vazios, fúteis e frios
Seres que julgam aparência, que rotulam
Que se só importam com as posses
Que não ligam para sentimentos
Seres que destroem, aquilo que precisam pra viver
Que corroem o que é belo e puro
Seres repugnantes que vivem de aparências falsas
Seres que vivem na solidão
Mesmo cercados de outros seres
Seres que se julgam racionais
Mas que agem de acordo com impulsos primitivos
Impulsos que os levam a agir como bárbaros
Gladiadores, monstros assassinos
Seres banais, que acreditam possuir inteligência
Mas que tipo de sabedoria seria essa?
Que tipo de conhecimento é esse que mata e destrói
Que suja e corrói, que corrompe em busca de poder?
Um poder imaginário e desnecessário
Seres que se vendem, que abusam uns dos outros
Como se fossem objetos, que usam e descartam
Minha alma esta perdida, isolada, aturdida
Querendo fugir deste tormento
Minha mente cria barreiras
Me mantendo afastada desses seres
Que dizem fazer tudo em nome do amor
Mas já não sabem o significado disso
Pois como pode amor, uma simples palavra
Servir para tantos sentimentos
Existem vários tipos de sentimentos
Que estes seres chamam de amor
Não se pode usar uma mesma palavra
Para expressar o que sentimos por nossos pais,
O que sentimos por nossos amigos e por nossos amantes
Não é o mesmo sentimento, não pode ter o mesmo nome.
Esta raça esta perdida,
Ninguém se toca que esta caindo em um abismo
Estamos caindo, nos jogando em algo que não tem volta
Estamos desperdiçando o maravilhoso dom da vida
Em destruir uns aos outros, em vez de nos ajudar mutuamente
Em vez de viver plenamente,
Não quero minha vida assim,
Prefiro que a morte chegue até mim
Do que viver nessa solidão, nessa desilusão
Nesse mundo não tem mais razão de ser