Frestas
Toco-me.
Envolvo-me num abraço solitário,
Para aquecer corpo e alma,
Para proteger-me do frio que nenhum cobertor aplaca, minimiza.
Divido-me.
Em pensamentos invasores, autônomos, autênticos,
Que cortam as nuances da serenidade, afiados,
Penetram pelas frestas abertas involuntariamente!
Duvido-me.
Sem saber ao certo que direção seguir;
Entre as notícias, os fatos, os fetos,
A banalidade e a depressão acenam perigosamente.
Recolho-me.
Ensimesmado, olhar distante e fugidio,
Armo-me apenas de furtivos sorrisos,
Sou meu dono, reajo pacifista, estou na luta!