És Maçã...
A fixa maçã anoitece,
deixa-se decair sem medo.
Teu vermelho atravessa a folhagem,
tua boca deserta é um útero que respira com ar Amante,
com desejo dopado e liberto,
com a língua de um anjo puro.
É teu olhar que arde a paisagem.
Devora-lhe o corpo,
profundamente em espasmos.
Maligno lábio desfruta sua alvorada em semente.
Violinos lacrimejam desfiladeiros e venenos por ti,
dentro de seu delicado e destruído seio.
Onde nascem as tulipas mudas?
Onde no vento se tece o silêncio de essência abismal?
Onde nada é horror?
Velada apenas por uma imperfeita e obscura mão,
a maçã chora lágrimas de sangue,
ela morre nos dentes de um ser
ou no chão de um vale distante.