És Maçã...

A fixa maçã anoitece,

deixa-se decair sem medo.

Teu vermelho atravessa a folhagem,

tua boca deserta é um útero que respira com ar Amante,

com desejo dopado e liberto,

com a língua de um anjo puro.

É teu olhar que arde a paisagem.

Devora-lhe o corpo,

profundamente em espasmos.

Maligno lábio desfruta sua alvorada em semente.

Violinos lacrimejam desfiladeiros e venenos por ti,

dentro de seu delicado e destruído seio.

Onde nascem as tulipas mudas?

Onde no vento se tece o silêncio de essência abismal?

Onde nada é horror?

Velada apenas por uma imperfeita e obscura mão,

a maçã chora lágrimas de sangue,

ela morre nos dentes de um ser

ou no chão de um vale distante.

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 26/05/2011
Reeditado em 26/05/2011
Código do texto: T2995787
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