Amor Desenhado

Me oferecestes teu porto
Aparentemente seguro
Era tarde noite escura
Não vi as ondas do medo
Tampouco os muitos segredos
Que segregavam a alma
Me oferecestes o abraço
Entreguei-me sem pensar
Precisava do repouso
Na tua alma fiz o pouso
O carinho abundante
Que despertava meu ser
Aos poucos se diluiu
Até que você partiu
O amor então sonhado
Pela alma incoerente
Tornou-se mera paisagem
Passagem de incerto destino
Vaga vida a prantear
Coleção de desatinos
Banhados pela maré
Sintonia sem dar pé
Perdidos abraços falsos
Sobras de toscos carinhos
Amor apenas desenhado
Na tela inacabada
Das decepções e agonia
Em pensar que certo dia
Meu ser carente e aflito
Faz as contas da emoções
Descontadas todas as perdas
Perdido qual náufrago no oceano
Chega a triste conclusão
Que provou só, desenganos

(Ana Stoppa)







Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 26/05/2011
Reeditado em 26/05/2011
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