Dores do coração

Meu coração chora vergado em desencanto,

feito um rio teimoso que já virou pranto,

lastimando a vacuidade de um amor perdido.

Chora a ilusão! Um amor fugidio naufraga!

Mas um amor verdadeiro jamais morre, antes vira saudade

quando as almas, entristecidas, se separam

e, sem o olhar, a face não ver mais a outra face

e o corpo já não sente o outro corpo ante os mesmos afagos.

Eu hei de viver-mesmo que entristecido-um amor eterno!

Se, perverso, o tempo o roubar de mim,

ai de mim desamado e solitário,

um barco, algum naufrágio pressentido,

uma noite desluarada, um tempo indo...,

um poeta embriagado entre versos tristes,

um palhaço sem sorriso à face...,

uma trave, um medo, algum amor partido.