A LUA E O POETA...
A luz da lua que passa pela fresta
da janela do meu quarto, nas noites claras,
encantaria o mais vago e insensível dos seres...
A distância que há daqui às alturas
fica imperceptível; parecemos tão próximos!
Quando a lua não vem, a noite não é me conveniente...
Parece que ela contempla minha silueta
humana através do vidro transparente da janela.
E eu fico a sonhar acordado com a sua prateada imensidão...
Eu pressiono o olhar contra o vidro frio
da minha janela muda, que obstinada e com
ciúmes, quer fazer-me crer que a distância é ainda maior...
Mas o que vale é o sinto de fato.
A distância entre nós nunca esteve menor.
E numa noite dessas sei que ela me beijará a face rubra.