A LUA E O POETA...

A luz da lua que passa pela fresta

da janela do meu quarto, nas noites claras,

encantaria o mais vago e insensível dos seres...

A distância que há daqui às alturas

fica imperceptível; parecemos tão próximos!

Quando a lua não vem, a noite não é me conveniente...

Parece que ela contempla minha silueta

humana através do vidro transparente da janela.

E eu fico a sonhar acordado com a sua prateada imensidão...

Eu pressiono o olhar contra o vidro frio

da minha janela muda, que obstinada e com

ciúmes, quer fazer-me crer que a distância é ainda maior...

Mas o que vale é o sinto de fato.

A distância entre nós nunca esteve menor.

E numa noite dessas sei que ela me beijará a face rubra.

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 25/05/2011
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