TEMPO...

Ontem à tarde

vi um relógio sem ponteiros

dependurado do lado de fora

de uma loja suburbana qualquer.

Pensei em fazer reflexões filosóficas,

associando-o ao envelhecimento.

No entanto, desisti

e segui minha viagem,

observando outros cenários

e pensando coisas sem importância.

À noite, lendo um livro,

o relógio ressurge

e então brota essa escrita

que me atira na face

meu medo de pensar o tempo...