CALAFRIOS

Todas as noites ajoelhado ao pé do leito,

Sinto adentrarem em meu quarto confidente

Restos de sonhos que se alojam em meu peito,

E sussurros de alguém que está ausente.

Aromas e rabiscos enobrecem com efeito,

O que restou para mim neste presente.

Mas não importa, o que se foi não está feito

Tenho que aceitar e ser um pouco consciente.

Quem sabe um dia tudo terá cessado,

E eu estarei enfim disto libertado

Mas por enquanto eu fico aqui sozinho,

Como um poeta imortalizado

Ou como um ser humano robotizado,

Curvado no aconhego do meu ninho.

[anos 90]

Lorscheider
Enviado por Lorscheider em 25/05/2011
Reeditado em 25/05/2011
Código do texto: T2991904
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