Descrição

Sou poeta assim errante

Verso bambo e dissonante

Sem medida sem quinhão

À mercê do intolerante

Mesmo assim verso cantante

Sou metade da porção

Sou poeta de entrelinhas

Verso besta com riminhas

Gotejando em inversão

E teimoso protestando

Vou a vida rabiscando

E iludindo a ilusão

Sou poeta todo errado

Protestante e protestado

Acanhado em profusão

É que vivo nessa esteira

Minha rima sem viseira

Apedreja o que é chavão

Sou poeta sem rodeios

Vezes meio, vezes inteiro

Essa sim, minha versão.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 24/05/2011
Reeditado em 15/09/2019
Código do texto: T2990919
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