LEILÃO DAS ALMAS
Chove,
na cidade de ontem,
gotas de tristeza
em cada nuvem
que paira no
seu ar.
Um peso triste
nos ombros
de cada cidadão;
mas o chumbo do céu
pesa muito mais.
Nuvens,
na vila de hoje,
branqueiam o
firmamento
com um tom cálido
de cimento.
Há pouca saliva
mas muitas lágrimas
pra molhar o chão.
Sol,
na aldeia de amanhã,
ilumina um caminho
de relva e espinho
sob o meu pé.
No seu fim,
há uma cidade
e a fé
no coração
de que o horizonte escuro
é apenas um muro
d’uma tempestade
de verão.