Deletério olhar
Guardo em mim uma fera,
Aprisionada por laços
Da limitadora matéria.
Resta-me atado à teia,
Olhos que até me abrasam,
Se acaso eu sair do padrão.
Destas severas faúlhas
Saltam sermões fastios,
Mitos, ilusões e falácias
Flagelam a alma pura
Com sua sana quimérica
E uma fastuosa razão.
São nesses olhos que vejo
A fantasia garbosa
De uma obscura paixão.
Rio de Janeiro, 19 de maio de 2011.