De Zumbi
Negro forte de zumbi
Negro mais forte não há
Roupas e vestes rasgadas
Semblante com ruga amassada
E ginga de bom patuá.
Valente que aqui te falo
Ao vento cabelos jogados
Tendo em sol escaldante
Lutado acorrentado
Capoeirado contra a escravidão
Bradado contra o preconceito
Urgido da solidão
Tudo de um esquisito mundo
Mundo perigoso e caduco!
De gente hipócrita e de alma suja
De gente e só.
Nada mais que gente.
Um amontoado de gente.
E hoje
Arcado,
De tanto ter guerrilhado
Num banco revive rogado
Reinventando inimigos fardados
Que usam armas e lanças
Ainda tentando feri-lo.
Mas Jorge,
Desfilando num cavalo branco
Venceu com amor.