CLAUSTRO

Eu me perco com inúmeras paisagens;
Eu me encanto com falsas imagens;
Eu me disfarço com aparatos baratos;
Eu me aconchego em fugazes afagos;
E assim vou indo, vou levando, vou parando
Vou aprendendo e ensinando
Vou me afeiçoando sem perceber
Vou me mortificando pelo vício de crer
Vou mudando as feições entre contrações
Com o avançar involuntário dos anos e seus danos
Eu vou sendo mais, eu vou sendo menos, vou sendo
E nessa inconstância pérfida de plenos dissabores
Eu redescubro o prazer do ser e não ser do claustro que é viver.

Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 22/05/2011
Código do texto: T2987004
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