Loucura
Loucura:
Loa ou cura?
A pedra é dura.
Dizia Drummond
Ela estava no caminho
Nela não tropeçou Dumont
A bênção é necessária do pai
A bênção da mãe é necessária
Um milagre é andar nas nuvens
Um milagre maior é voar no chão
Elogio à loucura? Embarque em Roterdã
A maçã caiu do pé. A ideia subiu à cabeça
Mergulha morte na banheira e terás o empuxo
Solte cafifa, empine papagaio, pipa, pandorga, pião
Se íntimo fosse, diria: Ben fez isso na chuva americana
Somos Pessoa, nós mesmos com Machado ou desarmados
Na terra de palmeiras onde canta o sabiá, cor de frutos de ouro
Boceja a esfinge colossal de pedra em delírio tropical mil e uma noites
Os ventos uivantes são açoites cruéis no pântano. Morro de medos e sombras
Através do Método Zadig, descobre-se o Triste fim de Cândido em Utopia de Quixote
Tomas de Cervantes Lima. Isso é elementar, meu caro. Os versos são construídos de provas
Prova a trova. Aprova? Deixa de prosa. Eis a poética. Com ética, sem ética. Estética sem metro
E o poema vai crescendo sem parar na velocidade do rápido corcel a cortar as plagas. Vai voando
Sem jeito de voltar, as palavras cortam os sete mares, nos quatro cantos da Terra do Mundo da Lua
Onde a razão? Onde o ritmo? Onde o sentimento? Onde há métrica? Nem rima nem arrimo. Limo e suo
Não sou pastor de alheio gado. No creo em bruxas, pero que las hay, las hay. Chame o padre. O padre cura!