Loucura

Loucura:

Loa ou cura?

A pedra é dura.

Dizia Drummond

Ela estava no caminho

Nela não tropeçou Dumont

A bênção é necessária do pai

A bênção da mãe é necessária

Um milagre é andar nas nuvens

Um milagre maior é voar no chão

Elogio à loucura? Embarque em Roterdã

A maçã caiu do pé. A ideia subiu à cabeça

Mergulha morte na banheira e terás o empuxo

Solte cafifa, empine papagaio, pipa, pandorga, pião

Se íntimo fosse, diria: Ben fez isso na chuva americana

Somos Pessoa, nós mesmos com Machado ou desarmados

Na terra de palmeiras onde canta o sabiá, cor de frutos de ouro

Boceja a esfinge colossal de pedra em delírio tropical mil e uma noites

Os ventos uivantes são açoites cruéis no pântano. Morro de medos e sombras

Através do Método Zadig, descobre-se o Triste fim de Cândido em Utopia de Quixote

Tomas de Cervantes Lima. Isso é elementar, meu caro. Os versos são construídos de provas

Prova a trova. Aprova? Deixa de prosa. Eis a poética. Com ética, sem ética. Estética sem metro

E o poema vai crescendo sem parar na velocidade do rápido corcel a cortar as plagas. Vai voando

Sem jeito de voltar, as palavras cortam os sete mares, nos quatro cantos da Terra do Mundo da Lua

Onde a razão? Onde o ritmo? Onde o sentimento? Onde há métrica? Nem rima nem arrimo. Limo e suo

Não sou pastor de alheio gado. No creo em bruxas, pero que las hay, las hay. Chame o padre. O padre cura!

Oswaldo Eurico Rodrigues
Enviado por Oswaldo Eurico Rodrigues em 22/05/2011
Código do texto: T2986235
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