ARREBOL
Meu esqueleto
mediterrâneo
à côté de uma margem
a palavra que ouço
daquele lado azul
tem mensagem
O que fulgura
se fala por detrás do sol
a escrita em bemol
perto da sua é nua
Logo
encostar sílabas
é tarefa pra doidos poucos
No atol
olhos vermelhos injetados
por todos os desejos
de palavras guturais que se comem
e se respondem boca a boca
pra ver quem dá mais
Assim elas indecentes
compram propostas
marcam a passagem
descem goela abaixo avermelhadas
enterram e encerram o dia
e o que morre nas nossas línguas
combina com o arrebol
Não acredito em sedução sem o jogo das palavras
Xeque-mate
Minha rainha em abate