ARREBOL

Meu esqueleto

mediterrâneo

à côté de uma margem

a palavra que ouço

daquele lado azul

tem mensagem

O que fulgura

se fala por detrás do sol

a escrita em bemol

perto da sua é nua

Logo

encostar sílabas

é tarefa pra doidos poucos

No atol

olhos vermelhos injetados

por todos os desejos

de palavras guturais que se comem

e se respondem boca a boca

pra ver quem dá mais

Assim elas indecentes

compram propostas

marcam a passagem

descem goela abaixo avermelhadas

enterram e encerram o dia

e o que morre nas nossas línguas

combina com o arrebol

Não acredito em sedução sem o jogo das palavras

Xeque-mate

Minha rainha em abate

Helena Istiraneopulos
Enviado por Helena Istiraneopulos em 22/11/2006
Código do texto: T298593
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