Quando Deus criou as coisas todas

Quando Deus criou as coisas todas

A cada uma o que queria ser perguntava

Em dado momento se deu

Que assim aos próximos perguntou

Quem quer ser controvertido

Bem e mal entendido

E o amor respondeu

Quem quer isto sou eu

Mas, disse Deus

Queres ser martírio, suplício e prazer

Tudo misturado e de pouco se entender

Ao que, sem titubear, o amor O fez crer

E respondeu

Tudo isto e muito mais

Quem quer sou eu

Não preferes ser leve, aromático, sensual e doce, afinal

Também isto quero

Mas acrescente-se o azedo, o medo e da noite o breu

Pois assim quero eu

Queres arroubo, paixão, o estrépito das ondas do oceano

A felicidade a cada dia do ano

Sim, Senhor, mas não Vos olvideis

Eu também quero a simplicidade dos pobres

E a arrogância dos reis

Queres, por ventura, a lua, o sol e todas as outras estrelas do firmamento

Sim, o amor respondeu

Mas eu quero a liberdade, de opinião mudar,

Quero também esquecer

Tudo isto vou te conceder, foi o que Deus respondeu

E, ao fechar os olhos para refletir, o Senhor

De sua própria criação se esqueceu

E quando deu por Si

O amor fugiu, desapareceu

taniameneses
Enviado por taniameneses em 22/05/2011
Reeditado em 22/05/2011
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