Ansiedade

No abrigo absolutamente inseguro de mim mesmo,

Tropeço na lápide de uma fantasia.

- sempre caminho dentro de mim a esmo.

Quando da madrugada insone e fria,

Vaguei em anacrônicas ciladas,

Conduzi ao sabor de neuronas provocadas

Um ritmo de fibras e mônadas agitadas

De míticas musas e madonas dilaceradas

Que a evitar-me a temperança desejada

Sufocam o desejo d’uma vida amada.

Eis que lembro-me!

E abdico como num expurgo oscilante

Como se outro meu eu fosse meu dissonante.

Sinto como quem evoca um demônio bruxuleante;

Faz da noite nebulosa e itinerante

da ansiedade, todo o suspense de uma vida em um instante...